A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) reuniu mais de mil empresários, representantes do poder público e da sociedade organizada para, junto com seus técnicos, mapear gargalos e apresentar sugestões de ações para o desenvolvimento sustentável do estado.
O documento ‘Visões de Futuro: potencialidades e desafios para o estado do Rio de Janeiro nos próximos 15 anos’ traça uma rota de desenvolvimento e detalha, para cada região, o que deve ser feito para fomentar a atração de empresas, melhorar a logística, a mobilidade urbana e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Nas próximas duas décadas, o estado do Rio receberá grande volume de investimentos que provocarão profundas transformações. Esse movimento vai acelerar o crescimento econômico, e provocar expansão da população e pressão sobre a infraestrutura já existente, como a de transporte urbano. A falta de planejamento pode levar, por exemplo, à favelização de áreas vizinhas a polos geradores de empregos. É importante também ampliar o fornecimento de gás natural e a qualidade e quantidade da carga de energia elétrica para as indústrias, sob risco de retardar importantes investimentos.
´É primordial agir já’
“Novas oportunidades aumentarão a força econômica do estado, reforçando vocações. Novos desafios irão se impor, em todas as regiões, demandando respostas do setor empresarial, da sociedade civil e do poder público. É necessário, desde já, trabalhar para aproveitar ao máximo as oportunidades futuras, investindo em todo o estado na melhoria e ampliação da infraestrutura de transporte e logística, energia elétrica, gás natural e banda larga, insumos fundamentais para as empresas. É primordial agir já”, ressalta o presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
No Sul Fluminense, o setor automotivo continuará sendo o motor da expansão do emprego. A região pode potencializar ainda mais seu desenvolvimento se melhorar sua malha rodoviária com, por exemplo, a construção da nova pista de descida na Serra das Araras, na Rodovia Presidente Dutra, essencial para melhorar sua ligação com a cidade do Rio e seu entorno metropolitano.
Para a Baixada Fluminense, o principal desafio será ordenar a ocupação da região que, nos próximos 5 a 15 anos, será muito impactada pelo Arco Metropolitano. Essa via promove a integração entre a REDUC e o Comperj, o que transformará a Baixada no maior polo petroquímico e gás químico do país e provocar forte migração.
Entre as ações propostas para essa região, estão aumentar a cobertura do transporte por trens, identificar novas áreas para expansão urbana e dotá-las de infraestrutura para receber a população, e construir nova rodovia que una a Baixada à capital, para desafogar a Via Dutra.
A mobilidade urbana será a grande questão para a capital, que continuará atraindo empresas e vai se consolidar como o maior polo de tecnologia da América Latina, especialmente em petróleo e gás, devido ao Parque Tecnológico da Ilha do Fundão. É necessário garantir que o transporte de massa seja integrado e faça a ligação com as áreas industriais e empresariais. Entre as sugestões de ações, há a extensão do ramal de trens de Santa Cruz até Itaguaí, e a expansão contínua do metrô.
A economia do Leste Fluminense, marcada pela indústria naval, vai se diversificar com o Comperj, em Itaboraí. A melhoria da logística da região – com Arco Metropolitano, duplicação da BR-101, recuperação de ferrovia, e construção do porto de Maricá – terá grande impacto e provocará forte migração, principalmente para Itaboraí, Maricá, Niterói e São Gonçalo.
Algumas das propostas do ‘Visões de Futuro’ são recuperar o ramal ferroviário entre Niterói e Itaboraí e implantar sistema de metrô, e preparar a mão de obra local para as vagas de emprego que vão surgir em pesquisa e desenvolvimento e de nível técnico.
Investimentos no Norte devem impactar Noroeste Fluminense
O Norte Fluminense terá seu crescimento direcionado pelos setores de petróleo e de logística, com o Complexo Industrial Portuário do Açu, em São João da Barra, que será um imã para instalação de empresas dessa cadeia. O porto e o distrito industrial de São João da Barra têm potencial para gerar mais de 50 mil empregos diretos e indiretos.
O ‘Visões de Futuro’ aponta a necessidade de adequação dos acessos viários e rodoviários ao Porto do Açu, da duplicação integral das BRs 101 e 356 e da implantação do transporte ferroviário de passageiros interligando as cidades, entre outras sugestões.
O avanço do Norte Fluminense é uma oportunidade para que o Noroeste, a região menos dinâmica do estado, também cresça. Para isso é fundamental melhorar o seu sistema viário, com duplicação e pavimentação de rodovias.
Prioridades para Centro-Norte e Serra
As restrições logísticas também são o principal desafio do Centro-Norte Fluminense (Nova Friburgo e arredores). O desenvolvimento da região dependerá da melhoria da RJ 116, que precisa de uma terceira pista e da construção de contornos que desviem o tráfego pesado do centro urbano. É importante também a ampliação dos sistemas de prevenção, monitoramento e reação a eventos climáticos.
A finalização das obras da pista de subida da BR 040 na Serra de Petrópolis será fundamental para dinamizar a economia da Região Serrana: vai melhorar a integração com a Região Metropolitana do Rio e ajudar a atrair novos empreendimentos.
O documento com as sugestões reunidas pela FIRJAN será entregue nesta segunda-feira, dia 29 de setembro, ao candidato do governo do estado Luiz Fernando Pezão, no evento ‘Visões de Futuro: propostas para o estado do Rio e para o Brasil’, que acontecerá à tarde na sede da Federação, no Centro do Rio.
Pezão é o sexto convidado desse encontro este ano, criado para que candidatos a governador do Rio e a presidente possam expor suas ideias a empresários fluminenses. Os demais candidatos ao governo do Rio também receberão um exemplar do documento.
Fonte: Sistema FIRJAN
